Todo aquele que diante de um ganho eminente pensa em igualdade; aquele que diante do perigo está preparado para sacrificar sua própria vida; e aquele que não esquece um velho acordo independentemente do tempo em que ele foi firmado - esse deve ser reconhecido como alguém completo.-Confúcio
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terça-feira, 15 de julho de 2014
O que é um filósofo? -- Nietzsche
Para Nietzsche, a filosofia não deve ser o refúgio dos fracos. Filosofar está distante de rezar, pregar, salvar, cuidar… O filósofo é o contrário de um sacerdote e a filosofia não é uma casa onde doentes descansam. Não há compaixão na filosofia! “Os autêntico filósofos são comandantes e legisladores: eles dizem “assim deve ser!”, eles determinam o para onde? do ser humano” (Nietzsche, Além do Bem e do Mal, §211). Ser filósofo é tornar sinônimo querer e criar, é dar vazão à Vontade de Potência. O filósofo cria valores, recicla velhos valores, redispõe, reordena. Filosofar é comandar:
“Seu ‘conhecer’ é criar, seu criar é legislar, sua vontade de verdade é – vontade de poder. – Existem hoje tais filósofos? Já existiram tais filósofos? Não têm que existir tais filósofos? …” - Nietzsche, Além do Bem e do Mal, §211.
A filosofia é a criação de valores. E para criar, os filósofos assumem diferentes perspectivas, trazem um novo olhar (aquele que só um homem sadio poderia trazer). O filósofo não sai do mundo para refletir, pelo contrário, se ele faz avaliações, seu dever é mergulhar no mundo. Sendo assim, o filósofo não poderia deixar de ser também um experimentador: para ir além do bem e do mal, é preciso experimentar para além da moral. Para Nietzsche, o pensador é como um alquimista, ele mistura afetos e forças.
Fazer invenções, testar vidas, pensamentos, práticas. Aí faz-se a diferença entre o “trabalhador filosófico”, definido por Nietzsche como um pensador menor, e o “livre-pensador”, o filósofo legislador. Um busca compreender para reproduzir e copiar, o outro compreende para inventar e criar em cima.
A tarefa do filósofo é então a de assumir uma postura nova, dar vazão à alegria criadora, à inspiração de artista e deixar-se levar pelo mar de forças que o farão viver e pensar como um juiz de si. A tarefa do filósofo é criar e ordenar valores:
“Talvez seja indispensável, na formação de um verdadeiro filósofo, ter passado alguma vez pelos estágios em que permanecem, em que têm de permanecer os seus servidores, os trabalhadores filosóficos; talvez ele próprio tenha que ter sido crítico, cético, dogmático e historiador, e além disso poeta, colecionador, viajante, decifrador de enigmas, moralista, vidente, “livre-pensador” e praticamente tudo, para cruzar todo o âmbito dos valores e sentimentos de valor humanos e poder observá-los com muitos olhos e consciências, desde a altura até a distância, da profundeza à altura, de um canto qualquer à amplidão. Mas tudo isso são apenas precondições de sua tarefa: ela mesma requer algo mais – ela exige que ele crie valores” – Nietzsche, Além do Bem e do Mal, §211
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