Todos sabem que o Brasil seja um país corrupto, incapaz, lastimável e injusto
comunitariamente; um país pouco importante e trivialmente fútil, futilmente
trivial... Uma gleba onde a democracia se resume, tecnicamente, à autoridade do
legislativo, do judiciário e, óbvio, ao autoritarismo do executivo. Santa
democracia! §2. Outra coisa conhecida por todos e até pelos marcianos é a
seguinte; os “investimentos públicos” realizados aqui, nesta
orgulhosa e tão alienada terra seca dos estádios de futebol de U$
30.000.000.000,00, por políticos ineficientes e sujos até à medula espinhal, são
dignos dos feitos em chiqueiros ou pocilgas, cuja intenção seja, a propósito,
incrementar o tamanho dos recipientes de lavagem. Isso porque o povo brasileiro,
quem deveria, precisaria e poderia mandar no país caso a democracia aqui
existisse plenamente, é tratado igual a porco. Ser brasileiro é um orgulho! Não
é? §3. Onde há democracia o povo não apenas protesta, ele consegue o
que deseja. No Brasil, contudo, a menor parte da população, a mais
inteligente, pragmática e politizada, só aprendeu a protestar. Ainda não
entendeu que isso seja apenas o primeiro passo. Não entendeu ainda que os
governadores, prefeitos, presidentes, deputados, vereadores e senadores sejam
constitucionalmente bastante menores e menos poderosos do que ela. Se o povo
quer, então o presidente cai, sim, da cadeira. Se o povo quer, então os
governadores perdem, com efeito, o vigor político que conquistaram através do
voto. Se o povo quer... o povo recebe. Isto é algo desconhecido e inexistente na
ilha brasileira; quem manda é a população. Claro que no Brasil isso não ocorra,
porque aqui quem ordena é o “representante do
povo”. Santa democracia,
Batman! Como se tal não bastasse, os políticos imundos desse país de
pizzas-bananas-&-samba sistematicamente cancelam ou tentam anular as
demandas de reação legal contra o sistema socialmente ineficaz, saturado de
corrupção, infiltrando, por exemplo, bandidos mascarados e agressivos no meio de
jovens manifestantes que, obviamente, não precisam esconder o próprio rosto, já
que defendem algo completamente oportuno à comunidade e, logo, ao país mesmo.
§4. Num sistema verdadeiramente democrático, se o povo pede ao presidente
para defecar em um balde e depois colocá-lo sobre a cabeça, ele caga e põe. No
Brasil o famigerado poder-do-povo-para-o-povo-e-pelo-povo é, de fato, algo
louvável, não é? §5. A gangrena nessa terrinha arbitrária só é menor do
que a tolice, a ignorância e o partidarismo ordinário dos alienados que batalham
contra qualquer maneira legítima de protesto ou as formas lícitas do
berro-pró-igualitarismo. §6. Um exemplo. Enquanto o povo permitir que
políticos safados desfrutem dos meios de transporte aéreo para homologar
documentos que sejam propícios às empresas que financiaram suas campanhas sujas,
as reformas, cuja alíquota de chance de existência seja praticamente nula,
associadas ao péssimo e bem caro transporte público serão paradoxais e até
não-democráticas, um vez que não se lembram de, isso é aparente, contemplar a
distinção de classe social existente entre uma situação e outra. A crítica deve
ser, isto é, mais refinada, aguda e profunda. Essa é apenas uma ilustração a
respeito do que o brasileiro legítimo, o sofredor, enfrenta rotineiramente, ao
passo que “nossos” representantes engordam
mais e mais,
mostrando externamente o verme gordo que eles carregam no lado de dentro. Aliás,
o maior número dos políticos brasileiros são lombrigas nojentas, famintas e
grandes na barriga da economia pública. §7. Este texto é genérico e não
deve, portanto, ser entendido como algum gênero de verdade ou evidência
inequívoca. Há, com certeza, os políticos justos, bons e inteligentes; assim
como existem, tragicamente, os modos inescrupulosos, obtusos e tortos de
manifestação anticorrupção. Também é importante lembrar, de novo, que bastantes
vezes esses modos ilícitos sejam justamente a ferramenta usada por governantes
dos quais o escopo seja vulgarizar, deturpar e suprimir astuta, delicadamente os
protestos legais.
Texto de Marcelo siqueira lima
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